Como é possível sentir-se estrangeiro na própria casa?
Quando o drama não faz mais sentido
Como depois de uma hecatombe, o vazio
É só uma desconfiança que paira
Como uma espessa névoa
que a mesmo tempo que protege, ofusca
Quando se desconfia das próprias lágrimas
e até mesmo da própria risada
Como se a vida estivesse em suspenso,
onde evita-se até de respirar
Quando o que se quer é o não, o que mais resta?
Resta somente o tédio
Como um medo de verificar o que está bem diante dos olhos
e uma falta de coragem de afirmar o que já está contececendo
Como se ao dar voz, corresse o risco de desfazer
o que de fato já existe
E então se descobre que existe vida depois do ato
que perder-se não é nada demais
que se gasta energia demais tentando manter o controle
E que pode ser surpeendente viver sem saber
o que vai acontecer no instante seguinte
E com o que seremos capazes de fazer então
É como descobrir-se com asas apenas depois de saltar no precipício
e como é boa a sensação!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
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