quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NOVAMENTE (NEY MATOGROSSO)

Me disse vai embora, eu não fui

Você não dá valor ao que possui

Enquanto sofre, o coração intui

Que ao mesmo tempo que magoa o tempo

O tempo flui

E assim o sangue corre em cada veia

O vento brinca com os grãos de areia

Poetas cortejando a branca luz

E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia

Quem sabe o que se dá em mim?

Quem sabe o que será de nós?

O tempo que antecipa o fim

Também desata os nós

Quem sabe soletrar adeus

Sem lágrimas, nenhuma dor

Os pássaros atrás do sol

As dunas de poeira

O céu de anil no pólo sul

A dinamite no paiol

Não há limite no anormal

É que nem sempre o amor

É tão azul

A música preenche sua falta

Motivo dessa solidão sem fim

Se alinham pontos negros de nós dois

E arriscam uma fuga contra o tempo

O tempo salta

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