um dia teremos que prestar conta, então, "antes da coisa toda começar":
cheiro de mato
muriçoca, na roça
e o aconchego do conhecido
o cheiro do guarda-roupa
o guardador dos sonhos da criança
o embolar das cachorras
as cachoeiras e o pôr do sol da terra
o dizer adeus
e a coragem de arriscar
enterrar a morada do sol
morada de mim
para construir a minha morada
e na-morada, casa pro coração
a falta de ar do se lançar
e o retumbar do coração
frente ao inesperado
dádiva
a dívida
que te faz trabalhar
batalhar o pão de cada dia
o suor, o cansaço
a marca de nascença
do recebido
ao recepcionado
do jogado fora ao desperdiçado
do eterno re-montar-se
e re-conhecer-se
em cada passo cruzado
no contratempo
na remada invertida
do encontro com o outro
e do desencontro...
...o matrimônio e o patrimônio
um canto do fundo da garganta
a poesia, o autor, o ator e o artista
que de tão ensimesmados,
conhecem e transtornam e transformam a (minha) humanidade
um causo, uma causa, um conto
a dança
o corpo en-cena
o deixar-se levar
o submeter-se
e a feminilidade
o riso solto
e o corpo preso:
o medo do próprio desejo
a noite de pouco sono
as insones conclusões
as angústias de cada dia
o um leão por dia
e a certeza de verter cada gota da vida
sussurro
elogio ao pé do ouvido
arrepio
cheiro de gente
gente decente
respeito
sonhos distantes
a realidade
e o buraco que fica
do cavalo, da bicicleta e do roller
para o cavalgar
e o lombo suado
suor, saliva e arranhão
suspiros, gemidos e o além da palavra falada
amigas e
a cumplicidade do olhar e da pasta de dente
o filme da tarde inteira
e a comida bem ou mal acabada
a corrida das horas
e os intermináveis falatórios
os interrogatórios
e as acusaçõs nem sempre justas
mas o reencontro certo
o tiro certeiro em meio às incertezas
daquilo que é meu
do que eu tomo do outro
do que eu nego do outro
na chamada, frente ao mestre,
(que no fim nunca esteve lá)
respondo:
presente!
sábado, 18 de junho de 2011
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