segunda-feira, 21 de junho de 2010

AS COISAS QUE PERDEMOS PELO CAMINHO

Se a gente parasse pra pensar
nas coisas que deixamos pra trás
nunca mais nos disporíamos a nos ligar a mais nada
Ao nos darmos conta da falta que faz
Mesmo do que já não queremos mais
Como é difícil nos depararmos com aquilo que já tivemos um dia
e que escolhemos não querer mais
Como é difícil verificar o que se perdeu
Do que se abriu mão
Ou o que foi tirado de nós sem que participássemos da decisão
É disso que a vida é feita: de enlaces e desenlaces
Cada investimento dispendido não vem com garantia
Ele é necessário para que se construam
trabalhos, relações, objetos, projetos de vida...
E elas evoluem, de um jeito lindo, quando mais colocamos de nós nelas
Mas nada nessa vida é permanente
e o desafio dela é justamente a sabedoria para investir
e retirar
Como o movimento do mar, que em sua sabedoria milenar
nunca deixou o movimento de ir e vir
Num fluir constante que possibilita sua eterna renovação
Sempre mais do mesmo
e nunca o mesmo
Sempre novo, vivo
No buraco que fica é que são impressas as pequenas experiências que constituem uma vida
única, singular
A gente chora é pra aliviar a dor da queimação do momento da impressão
e é assim, a ferro e fogo, e água também
que ficam as marcas
E a cada marca, na falta se ganha
E assim se cresce...
É que nessa conta maluca da vida
algumas vezes o menos é mais...

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