sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SABE O QUE EU QUERO?

Eu quero estar com uma pessoa que só de vê-la, meu coração dispare
E que o cheiro dela fique gravado na minha memória e me traga de volta a sensação de sua presença
Alguém que só de me tocar, minha pele já se arrepie
Eu quero alguém que não seja preciso esforço pra se tornar encantadora
Eu quero alguém que me dê vontade de ficar olhando, sem parar, e achando a pessoa mais linda do mundo
Eu quero alguém que eu sinta que seu olhar também está todo só pra mim
Alguém que quando eu comece a beijar dê vontade de nunca mais parar
Que quando eu estiver com ela, dê vontade que o tempo pare, e nunca mais a gente tenha que se separar
Que dê vontade de estender as horas e inventar programas só pra ficar mais um tempo com ela
E que ficar longe sirva só para sentir a falta que ela faz
E que o que eu viva longe dela seja para compartilhar depois
E que ela tenha o mesmo desejo, de me trazer pra vida dela
Quero alguém que me diga exatamente as coisas que eu estou pensando e sentindo
Eu quero alguém que me deseje, mas que consiga controlar esse desejo de modo a me respeitar
Alguém que busque a proximidade do meu corpo não só por tesão
Alguém que se encante comigo sem eu precisar fazer nada além de ser eu mesma
Eu quero alguém que me surpreenda e me desperte a admiração e o respeito
Que tenha a coragem de assumir o que deseja e se resposabilizar por isso
Eu quero compartilhar segredos, sonhos, medos e expectativas
quero compartilhar uma vida, um passado e um futuro
Eu quero uma pessoa que não vai se assustar com meu desejo de dar um passo além
Quero alguém que queira o mesmo que eu.

Eu já estive lá, sei que existe
Sei que não há nada que se comapare
E não aceito menos que isso
"A experiência da escrita e da leitura é a experiência de desenterrar
as palavras que outros guardam, em baús fechados com chaves.
Escrevemos e lemos pois queremos dizer alguma coisa que não nos
foi possível dizer até hoje". (SKLIAR, 2004, p. 69).
(Lacan, 1979, p. 198, “A báscula do desejo”)
"É porque outros lhe falam “que seu [do sujeito] desejo é
suscetível da mediação do reconhecimento”.Nesse eterno refazer-se, “cada
vez que o sujeito é cativado por um dos seus semelhantes, bem, o desejo volta
no sujeito, mas volta verbalizado”.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

“O desejo é apreendido
inicialmente no outro, e da maneira mais confusa”.
(LACAN, 1979, p. 172)

(...) o que você vê em mim que eu não vejo? O que você sabe de
mim que eu não sei? O que você deseja em mim que eu não domino,
ao mesmo tempo que seu olhar me diz que eu não possuo? Que dom
seu olhar tem o poder de criar em mim para o seu desejo? (KEHL,
2003, p. 412)
"Não, eu não sambo mais em vão
O meu samba tem cordão
O meu bloco samba tem sem ter e ainda assim
Sambo bem a dois por mim
Bambo e só, mas sambo sim"
Sambo por gostar de quem gostar de mim. (adaptação de Samba a Dois -Marcelo Camelo)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

AGORA EU JÁ SEI

"Agora eu já sei, da onda que se ergueu no mar
e das estrelas, que esquecemos de contar..."

Agora eu já sei como quero ser tratada
Agora já sei que tipo de homem quero ao meu lado
Agora eu já sei que tipo de vida escolhi para mim
Agora eu já sei que tipo de relação dou conta de sustentar
Agora eu já sei o que desejo
E sei também que nem todo desejo precisa ser realizado
E já sei que eu tenho a capacidade de falar não
(e nossa, como é bom saber disso...)
Agora já sei que por mais que eu queira algo
consigo esperar para ter o que quero
Já sei que não preciso mais acreditar em simulacros
Sei que eles não me satisfazem mais
Agora eu já sei que não preciso mais ficar com qualquer coisa só para não ficar sem
Agora eu já sei que sei sentir falta
Que é muito difícil,mas que é suportável
Já sei que não dá pra confiar só no que sinto
porque as sensações passam
E que nem sempre vale a pena pagar o preço por uma sensação
Sei que quero coisas concretas na vida
Que me dêem a estabilidade da razão, não só da sensação
que me transmitam a segurança de um cuidar, de um porvir
Já sei que as decisões devem ser tomadas com a razão, não com o coração
Também sei que a vida não perde o sentido enquanto eu não encontrar o que procuro
Agora eu já sei que suporto o espaço entre o querer e o realizar
que as coisas não precisam ser mais à qualquer preço
que eu dou conta de suportar o intervalo, o vazio, a espera
E que posso procurar com calma, aguardar o momento e a pessoa certos
E eu já sei que não vou me contentar com menos que isso
E já sei que não preciso
Agora sei o que é sentir falta de verdade
Sem, às pressas, colocar outra coisa no lugar
só pra tampar o buraco
Agora já sei que isso é uma escolha
E que eu poderia passar o resto da vida passando de uma coisa para outra
sem nunca saber o que de fato é isso
Mas sei que eu escolhi diferente,
E sei que isso é necessário
Para me despedir do que passou
e deixar espaço pro que há de vir
Estou pronta...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

"NÃO QUERO MAIS SER O HOMEM DA CASA"

Não quero ser mais a mulher que sabe como seduzir um homem
que sabe conduzir as coisas a seu ritmo e do seu modo
Não quero mais procurar
Quero ser encontrada
Quero ser conduzida
Quero voltar a ser a garota inocente que se deixa levar
Sem perguntar
Sem resistir
Quero ser arrebatada e me deixar levar pelo passo da dança
Não quero mais dar as cartas
Quero um homem que seja capaz de se apossar de mim
Que me dê segurança o suficiente
para eu me permitir soltar a corda
E deixar o barco correr
quero ser resgatada de minha alta torre
por um homem corajoso o suficiente para pegar o preço de meu resgate

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

QUANDO ME AMEI DE VERDADE

"Quando me amei de verdade, deixei de acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja e a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Passei a acreditar que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta, e que a gente cresce através da gente mesmo". Que devemos buscar o outro por escolha, não por necessidade...

"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada..."
(CHARLES CHAPLIN)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SAMBA ENREDO: SAVE THE HEART

De que adianta mudar a roupagem
Se o samba-enredo permanece o mesmo?
Então eu escolho escolher a ser escolhida por isso
Fico com meu samba de uma nota, só
Se é para responder à mesma pergunta
Se já sei onde vai dar a avenida
Não preciso de toda a ala da bateria pra me acompanhar
Se é só pra fazer borrar a maquiagem
e me forçar a cada vez, depois que o público vai embora, as luzes se apagam e a música cessa
Eu me ver só e me assombrar novamente com o fato de as fantasias estarem vazias
E o silêncio me obrigar a olhar para dentro
Longe dos paetês e das marchinhas
Longe do glamour e da alegria
Escutar o batuque do meu coração
Que retumbica em protesto
no vazio deixado pela ausência de tão conhecidos foliões
Porque ele só acredita nas sensações, nos jogos de luzes e nas combinações das cores
Nas rimas das poesias e na musicalidade da ocasião
Esquece-se de olhar a engrenagem que há por baixo dos carros alegóricos
E de que tudo isso é produzido
justamente pra fazer esquecer
Com o tempo vai me perdoar
Por eu escolher sair de escola indepentente neste carnaval
Pra poder um dia sair de porta-bandeira com mestre-sala.