sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença
Vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho só com muito espaço"
(FELICIDADE - ZÉLIA DUNCAN)

"Toda madrugada recolhia os sonhos num cesto de vime e, no quintal, dependurava-os e deixava-os secar até se transformarem em realidade..."
(A arte de semear estrelas - Frei Betto)


"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca
pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém. Já abracei pra proteger, já dei risada
quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara" muitas vezes. Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida... e você também não deveria passar. Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante"
(Charlie Chaplin)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

NÃO VALE A PENA (Maria Rita)

Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar

Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer

Que é uma pena
Mas você não vale a pena
"O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade" (VOLTAIRE)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

(VELHA ROUPA COLORIDA - Elis Regina)

"Você não sente, não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer (...)
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais"

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"O tempo passou e eu mudei
Mudei porque amadureci,
mudei porque passei
por tantas experiências,
que consegui aprender
com meus proprios erros.

Mudei porque me decepcionei
com amigos e pessoas.
Mudei porque me decepcionei
com amores.
Mudei porque conheci pessoas
tão especiais, que fui capaz
de me inspirar nelas
para me tornar uma
pessoa diferente,
talvez uma pessoa melhor.

O tempo passou
eu mudei, e nem tudo,
e nem todos me
acompanharam,
Mas valeu a pena...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DE BOLINHOS e BISCOITOS DE POLVILHO

Um dia descobri que eu podia comer biscoitos mesmo sem me apaixonar por eles
E no outro descobri que aquele bolinho que eu não trocaria por nada no mundo perdeu o sabor
Então descobri que mesmo os bolinhos têm prazo de validade
Os biscoitos de polvilho então, nem se fala!
Um dia descobri que olhar a data de validade de um biscoito não significa que ele vá permanecer comigo até ela expirar
Ou que eu vou querer ficar com ele até a data expirar
Ou até que vou ter lugar pra ele no meu armário no dia seguinte
Um diz descobri que tem muito biscoito de polvilho disfarçado de bolinho
(Até hoje não conheci nenhum bolinho com aparência de biscoito)
Um dia descobri que as pessoas são capazes de coisas terríveis só pra comer um bolinho
E que eu sou capaz de tantas outras só pra não ficar sem (bolinho ou biscoito)
Um dia descobri que biscoito é a coisa mais fácil de se achar, encontram-se em grandes pacotes
Já os bolinhos se escondem sabe-se lá onde
Já comi muito biscoito achando que era bolinho
Mas também me surpreendi com o sabor de alguns biscoitos
Um dia descobri que os biscoitos podem te surpreender (pro bem e pro mal...)
E que a idade deles não é indicativo de maturidade nem de consistência
Descobri também que tem uns que não servem nem pra biscoito
Já outros nasceram com vocação pra isso...
Também descobri que o fornecedor pode chegar na sua casa com um estoque gigantesco
E na semana seguinte fechar o barracão sem maiores explicações, nem aviso prévio
Um dia descobri que não adianta ficar comendo biscoito se o que eu quero é bolinho
E que não adianta, por mais calda de chocolate que eu ponha, ele não vai virar bolinho
Um dia descobri que não faço a mínima idéia do que os biscoitos de polvilho são feitos
Os bolinhos então, nem se fala!
Um dia descobri que não sei onde se encontram bons bolinhos
Os de verdade, não de polvilho!
E então, que a solução é recorrer a um fornecedor confiável
Alguém sabe o endereço de algum?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MARCAS DO QUE SE FOI - Os Incríveis)

Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão.
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos, sem parar
Nossos passos pelo chão, vão ficar
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

NA SUA ESTANTE - Pitty

"Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar..."

TERESINHA ( Chico Buarque)

O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração
"Quero a sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa
Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza
Quero toda a sua pouca castidade
Quero toda a sua louca liberdade
Quero toda essa vontade de passar dos seus limites
E ir além, e ir além"
(Vitoriosa - Ivan Lins-Vitor Martins)

Como já dizia o Big Brother: "Achar o homem da minha vida tá dificil, mas procurar tá muito bom!"

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
Fernando Pessoa, 2-8-1933

Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...
Fernando Pessoa, 7-1-1935.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, 1-7-1916

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa, 1934

"NÃO PODE SER AO CONTRÁRIO?" - A estória do príncipe que vira sapo

É engraçada essa estória que hoje eu vou lhes contar
Triste é deixar ruir todas as construções, os planos, expectativas, construídos por única autoria
Ver o medo nos olhos daquele que se acreditou ser o homem que lhe protegeria
que estaria muito além de você e você teria que correr muito pra alcançá-lo
É triste ver que ele é um menino assustado, assim como você
Que não sabe o que fazer e, pra disfarçar, bota banca de bom rapaz, bom partido, tudo de bom
Bom nada...por trás do enfeite, das frases feitas, da aparência, não tinha nada
Por um lado é bom saber que não se está tão longe de ter o que se quer
Que os motivos são outros, que não é porque não se é bom o suficiente pra habitar o mundo dos bons
Mas é justamente porque se exige do bom que ele seja mais que isso
que ele seja autêntico, que se mostre, mesmo que não seja só bondade
E ele não tem nada mais que isso pra mostrar
É o que ele é, e passa tanto trabalho pra ser
vai alguém querer saber mais que isso?
Isso já é o suficiente, não vai pedir mais dele
Mas ao mesmo tempo é triste
pensar que não se soube lidar com isso
Ou que se preferiu a espada ao príncipe
e não se conseguiu ficar atrás da cortina estendida
tão cuidadosamente colocada
e não se resistiu olhar atrás
levando ao único resultado possível a partir disso
Descobrir que por trás da armadura reluzente
não tinha nada

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Amar é ter alguém a quem remeter o discurso
Ser amado é ser remetido ao discurso de alguém

UMA VIDA PRA CHAMAR DE MINHA

Um dia entendi que falar de onde vim não falava mais de quem eu sou
Que patrimônio é algo que se herda
Mas que o que me pertence é o que de fato eu construo
E que então estou ainda no início
Mas que já tenho algo que posso chamar de meu
E que isso me aproxima de muitos outros que lutam pelo mesmo objetivo
De ter uma vida pra chamar de minha
De construir uma vida que tenha sentido
Algo que me leve a acordar todos os dias
E prosseguir
Mesmo que às vezes as forças pareçam se esgotar
E eu deseje ter mais 5 minutinhos na cama
Entendi que melhor é ter um motivo pra acordar
Que poder ficar na cama o quanto me apetece
Entendi
Que tenho que abrir mão do que é um canto confortável e seguro
Pra poder prosseguir na caminhada
E esse porto ser somente um ponto de retorno
Mas que não seja a meta pra onde aponta o caminho
Pra esse ano, que eu tenha coragem o suficiente
De me desprender da vida conhecida
Pra continuar a construir uma vida pra chamar de minha